11 de março de 2011

OPERAÇÃO CARNAVAL

O brasileiro, como se sabe, tem especial apreço pelo verbo matar. Mesmo nos momentos de ócio, ele não usufrui do tempo, mata-o. Se tem fome, o patrício não a sacia, mata-a.
O estudante ladino não falta à escola, ele mata aula. Na partida decisiva do futebol, o mata-mata. No jogo de xadrez, não basta vencer, é preciso aplicar o xeque-mate. Pois bem. No Carnaval, o amor do brasileiro pelo verbo fatal manifesta-se com ênfase macabra. A Polícia Rodoviária Federal anunciou um novo balanço da “Operação Carnaval”. Revela uma tragédia.
Entre a última sexta a meia noite desta segunda, morreram nos 66 mil quilômetros de estradas federais 166 pessoas. Embora a contabilidade seja parcial –a operação prossegue até a noite de quarta— o monturo de cadáveres já supera o do ano passado. No Carnaval de 2010, feneceram nas estradas federais 143 pessoas. É coisa de deixar corados os países em guerra. Considerando-se apenas os últimos números, coletados nesta segunda, registraram-se 410 acidentes.
Produziram 310 feridos e 37 mortos. Considerando-se que a conta não inclui os acidentes ocorridos nas cidades e nas estradas estaduais, pode-se intuir que o automassacre é ainda maior. Verifica-se que, na pele de folião, o brasileiro tornou-se um matador profissional.

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